Justiça - Cega, surda, muda e ,,,

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cros
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AJ Souza escreveu: Pois é meu amigo cross...mas se sabia que o único estado que escapou dessa maracutaia toda foi o RGS, segundo o jornal de hoje (ZH de sábado) na lista da Coaf não consta o RGS...ao menos para nós é um alento.
Não cante com os ovos antes da galinha po-los...
Lembre-se do caso Detran...

Tenho 2 ações na justiça já indo pros 5 anos, alguém me disse que o juiz olha aquela sentença ve um valor grande e acha que o cara não tem direito e fica cozinhando, cozinhando, acho que é uma questão de tempo... os juizes daqui cairem na malha fina.
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cros
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Juiz critica corporativismo de corregedorias estaduais
UIRÁ MACHADO - DE SÃO PAULO

Ex-presidente da associação que comanda os ataques contra o Conselho Nacional de Justiça, o juiz Mozart Valadares Pires vai na contramão da entidade que dirigiu de 2008 a 2010, defende o CNJ e diz que as corregedorias dos tribunais atuavam de forma ineficiente e corporativista.

Em artigo ainda inédito, Pires afirma que o CNJ muda a "sensação de que o Judiciário e nós, juízes, estávamos acima do bem e do mal" e diz que o "esforço" do conselho é "muitas vezes incompreendido" por magistrados.

O texto de Pires integra o número 16 da revista "Interesse Nacional", que começa a circular nesta semana (www.interessenacional.uol.com.br) com oito artigos sobre o CNJ, cuja atuação deflagrou crise no Judiciário.

A Associação dos Magistrados Brasileiros questiona no Supremo Tribunal Federal o poder de investigação do CNJ. Em decisão provisória, o ministro Marco Aurélio Mello restringiu a atuação do órgão.

O presidente do STF, ministro Cezar Peluso, é autor de um dos artigos da revista.

Em seu texto, ele exalta o CNJ como "instrumento essencial para o aperfeiçoamento do sistema judicial brasileiro" e lista avanços conquistados pelo órgão, como o estabelecimento de metas de produtividade e as ações da corregedoria.

Peluso, porém, não comenta especificamente a polêmica sobre a atuação do CNJ.

O ministro Gilmar Mendes, ex-presidente da corte, escreve um dos artigos da revista, no qual afirma que o CNJ é "legítima conquista da democracia", diz que o órgão vem cumprindo sua "missão constitucional" e defende que sua atuação não se restrinja à fiscalização de magistrados.

Para Mendes, o CNJ é fundamental como órgão de "planejamento estratégico".

Também ex-presidente do STF, Ellen Gracie afirma que a emenda constitucional que criou o CNJ é "eloquente" ao dar poder de investigação ao órgão, mas diz que o conselho deverá ser o "grande centro de pensamento estratégico do Judiciário brasileiro".

Outro ex-presidente do STF que escreve para a revista é o ex-ministro Nelson Jobim, que afirma ser um retrocesso a tese que esvazia o CNJ, conforme a Folha antecipou no dia 26 de dezembro.

A ministra Eliana Calmon, corregedora Nacional de Justiça e personagem central da crise do Judiciário, escreve que nos tribunais havia "práticas administrativas absolutamente condenáveis sob o aspecto técnico (...) Tudo era feito de forma pessoal e na base do improviso".
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27/01/2012 - 08h37
Juízes são acusados de venda irregular para abater empréstimos

Os juízes federais Moacir Ferreira Ramos, Solange Salgado e Charles Moraes, ex-presidentes da Ajufer (Associação dos Juízes Federais da 1ª Região), foram denunciados pelo Ministério Público Federal, sob acusação de amortizar empréstimos pessoais com recursos da venda irregular de sala comercial da associação de magistrados, informa reportagem de Frederico Vasconcelos, publicada na Folha desta sexta-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Ramos e Salgado foram denunciados por suposta apropriação indébita; Moraes, por receptação. A denúncia foi oferecida em novembro ao TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). Ainda não há decisão do tribunal.

O caso faz parte de investigação sobre desvio de empréstimos da FHE (Fundação Habitacional do Exército) à associação de juízes.

No final de 2010, a Folha revelou que durante dez anos a Ajufer e a FHE firmaram contratos fictícios, em nome de juízes que desconheciam a fraude, e até de laranjas.
A associação tem sede em Brasília e reúne magistrados federais do Distrito Federal e de 13 Estados.

A Folha não conseguiu ouvir os magistrados. Ramos sempre afirmou que não teve benefícios pessoais.

Leia a reportagem completa na Folha desta sexta-feira, que já está nas bancas.

Só eles podem nos salvar..

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30/01/2012 - 08h12
R$ 6,4 mi em doações do CNJ a tribunais estaduais desapareceram

Uma investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) descobriu que em torno de R$ 6,4 milhões em bens doados pelo órgão a tribunais estaduais desapareceram, informa reportagem de Leandro Colon e Felipe Seligman, publicada na Folha desta segunda-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Relatório inédito do órgão, a que a Folha teve acesso, revela que as cortes regionais não sabem explicar onde foram parar 5.426 equipamentos, entre computadores, notebooks, impressoras e estabilizadores, entregues pelo CNJ para aumentar a eficiência do Judiciário.

A auditoria mostra ainda que os tribunais mantêm parados R$ 2,3 milhões em bens repassados. Esse material foi considerado "ocioso" pelo conselho na apuração, encerrada no dia 18 de novembro

Os tribunais estaduais dizem que vão investigar o destino de bens desaparecidos.

Leia a reportagem completa na Folha desta segunda-feira, que já está nas bancas.

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Triste Judiciário: um breve retrato do STJ
Postado por Villa em 13/12/2011

Triste Judiciário

Marco Antonio Villa, O Globo, 13/12/11
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é formado por 33 ministros. Foi criado pela Constituição de 1988. Poucos conhecem ou acompanham sua atuação, pois as atenções nacionais estão concentradas no Supremo Tribunal Federal. No site oficial está escrito que é o tribunal da cidadania. Será?

Um simples passeio pelo site permite obter algumas informações preocupantes.

O tribunal tem 160 veículos, dos quais 112 são automóveis e os restantes 48 são vans, furgões e ônibus. É difícil entender as razões de tantos veículos para um simples tribunal. Mais estranho é o número de funcionários. São 2.741 efetivos.

Muitos, é inegável. Mas o número total é maior ainda. Os terceirizados representam 1.018. Desta forma, um simples tribunal tem 3.759 funcionários, com a média aproximada de mais de uma centena de trabalhadores por ministro!! Mesmo assim, em um só contrato, sem licitação, foram destinados quase R$2 milhões para serviço de secretariado.

Não é por falta de recursos que os processos demoram tantos anos para serem julgados. Dinheiro sobra. Em 2010, a dotação orçamentária foi de R$940 milhões. O dinheiro foi mal gasto. Só para comunicação e divulgação institucional foram reservados R$11 milhões, para assistência médica a dotação foi de R$47 milhões e mais 45 milhões de auxílio-alimentação. Os funcionários devem viver com muita sede, pois foram destinados para compra de água mineral R$170 mil. E para reformar uma cozinha foram gastos R$114 mil. Em um acesso digno de Oswaldo Cruz, o STJ consumiu R$225 mil em vacinas. À conservação dos jardins — que, presumo, devem estar muito bem conservados — o tribunal reservou para um simples sistema de irrigação a módica quantia de R$286 mil.

Se o passeio pelos gastos do tribunal é aterrador, muito pior é o cenário quando analisamos a folha de pagamento. O STJ fala em transparência, porém não discrimina o nome dos ministros e funcionários e seus salários. Só é possível saber que um ministro ou um funcionário (sem o respectivo nome) recebeu em certo mês um determinado salário bruto. E só. Mesmo assim, vale muito a pena pesquisar as folhas de pagamento, mesmo que nem todas, deste ano, estejam disponibilizadas. A média salarial é muito alta. Entre centenas de funcionários efetivos é muito difícil encontrar algum que ganhe menos de 5 mil reais.

Mas o que chama principalmente a atenção, além dos salários, são os ganhos eventuais, denominação que o tribunal dá para o abono, indenização e antecipação das férias, a antecipação e a gratificação natalinas, pagamentos retroativos e serviço extraordinário e substituição. Ganhos rendosos. Em março deste ano um ministro recebeu, neste item, 169 mil reais. Infelizmente há outros dois que receberam quase que o triplo: um, R$404 mil; e outro, R$435 mil. Este último, somando o salário e as vantagens pessoais, auferiu quase meio milhão de reais em apenas um mês! Os outros dois foram “menos aquinhoados”, um ficou com R$197 mil e o segundo, com 432 mil. A situação foi muito mais grave em setembro. Neste mês, seis ministros receberam salários astronômicos: variando de R$190 mil a R$228 mil.

Os funcionários (assim como os ministros) acrescem ao salário (designado, estranhamente, como “remuneração paradigma”) também as “vantagens eventuais”, além das vantagens pessoais e outros auxílios (sem esquecer as diárias). Assim, não é incomum um funcionário receber R$21 mil, como foi o caso do assessor-chefe CJ-3, do ministro 19, os R$25,8 mil do assessor-chefe CJ-3 do ministro 22, ou, ainda, em setembro, o assessor chefe CJ-3 do do desembargador 1 recebeu R$39 mil (seria cômico se não fosse trágico: até parece identificação do seriado “Agente 86”).

Em meio a estes privilégios, o STJ deu outros péssimos exemplos. Em 2010, um ministro, Paulo Medina, foi acusado de vender sentenças judiciais. Foi condenado pelo CNJ. Imaginou-se que seria preso por ter violado a lei sob a proteção do Estado, o que é ignóbil. Não, nada disso. A pena foi a aposentadoria compulsória. Passou a receber R$25 mil. E que pode ser extensiva à viúva como pensão. Em outubro do mesmo ano, o presidente do STJ, Ari Pargendler, foi denunciado pelo estudante Marco Paulo dos Santos. O estudante, estagiário no STJ, estava numa fila de um caixa eletrônico da agência do Banco do Brasil existente naquele tribunal. Na frente dele estava o presidente do STJ. Pargendler, aos gritos, exigiu que o rapaz ficasse distante dele, quando já estava aguardando, como todos os outros clientes, na fila regulamentar. O presidente daquela Corte avançou em direção ao estudante, arrancou o seu crachá e gritou: “Sou presidente do STJ e você está demitido. Isso aqui acabou para você.” E cumpriu a ameaça. O estudante, que dependia do estágio — recebia R$750 —, foi sumariamente demitido.

Certamente o STJ vai argumentar que todos os gastos e privilégios são legais. E devem ser. Mas são imorais, dignos de uma república bufa. Os ministros deveriam ter vergonha de receber 30, 50 ou até 480 mil reais por mês. Na verdade devem achar que é uma intromissão indevida examinar seus gastos. Muitos, inclusive, podem até usar o seu poder legal para coagir os críticos. Triste Judiciário. Depois de tanta luta para o estabelecimento do estado de direito, acabou confundindo independência com a gastança irresponsável de recursos públicos, e autonomia com prepotência. Deixou de lado a razão da sua existência: fazer justiça.

Historiador. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos. Bacharel e Licenciado em História, Mestre em Sociologia e Doutor em História.


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08/03/2012 - 06h30

Magistrados do PR obtêm adicional de 50% nas férias

Juízes, desembargadores e servidores do Tribunal de Justiça do Paraná passaram a receber neste ano um adicional de 50% no salário pago no período de férias, informa reportagem de Jean-Philip Struck, publicada na Folha desta quinta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

O adicional é superior ao previsto na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que é de pelo menos 30% do valor do salário a mais durante as férias.

Até o ano passado esse era o percentual que valia na Justiça paranaense.

Nos Tribunais de Justiça do Rio e de São Paulo, por exemplo, o adicional é de 30%.

31/01/2012 - 08h30

TJ-SP investiga pagamentos fora do contracheque a juízes

O Tribunal de Justiça de São Paulo investiga se pagamentos privilegiados para 29 desembargadores entre 2006 e 2010 foram feitos diretamente nas contas correntes dos magistrados, sem registro em contracheques, informa reportagem de Frederico Vasconcelos e Flávio Ferreira, publicada na Folha desta terça-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

"Essas antecipações possivelmente tenham sido pagas dessa maneira. Verificaremos nossas fichas financeiras", diz o recém-empossado presidente do TJ, Ivan Sartori.

Segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão responsável pelo controle administrativo dos tribunais, "não há nenhuma disposição específica em lei geral sobre como devem ser preenchidos os documentos comprobatórios de remunerações".

Porém, o presidente do TJ lembrou que pagamentos fora do padrão e sem emissão de contracheques já causaram indignação no tribunal em 2010, na gestão do desembargador Antonio Carlos Viana Santos, morto em janeiro de 2011, e geraram pedidos de regularização pelos juízes.
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Sobre verdades e silêncios,

por Rosiska Darcy de Oliveira


As carantonhas de torturadores e estupradores voltaram a assombrar os telejornais no último mês. Tudo os aproxima, parecem feitos de um mesmo barro. Inspiram igual indignação e repulsa. É melhor retirar as crianças da sala, é cedo para que conheçam o lado tenebroso do ser humano.

Estupro e tortura são crimes que exprimem uma radical negação da humanidade do outro. É martirizando o corpo que o torturador obriga alguém a falar. A força bruta parte ao meio a vítima, anula sua vontade, obrigando-a a fazer o que mais lhe repugna. O corpo, pela dor, cumpre o que o espírito recusa.

A vítima se esfacela e carrega, desde então, um injustificado, mas recorrente, sentimento de culpa. O estupro não é somente um crime covarde contra as mulheres. Desfigura suas relações mais íntimas com os homens, é um crime contra o amor. Ancestral, tem suas raízes na lei da selva e fermenta nas múltiplas agressões ao sexo feminino com que a sociedade contemporânea — o que é estarrecedor — ainda convive.

O apartheid supostamente necessário nos trens da SuperVia é o exemplo da sobrevivência desse comportamento primata.

Desde que uma turista canadense foi violada dentro de uma van no Rio de Janeiro, o que provocou intensa comoção, veio à tona o que a opinião publica não sabia: não se trata de um caso esporádico.

Existem no país dezenas de iniciativas solidárias que acolhem e socorrem mulheres violadas e nesses círculos é sabido que o estupro é uma ameaça que paira sobre qualquer mulher e independe da aparência ou personalidade da vítima.

Os dados oficiais, registrados nas Delegacias de Atendimento à Mulher, revelam a média de 17 casos de estupro por dia no Estado do Rio de Janeiro, o que caracteriza uma epidemia, aberração que clama por uma ação pública exemplar.

Quantas outras calam por vergonha ou medo? A vergonha, o sentimento de imundície, de desonra, tudo corrobora na destruição psíquica da vítima que se refugia, solitária, no silêncio sem que por isso se cale sua memória dolorida.

No estupro como na tortura um paradoxo perverso se instala: as vítimas se autoflagelam enquanto os algozes se auto absolvem. “Ela é uma sedutora, que me provocou”, diz o sádico travestido em pobre coitado. “É assim que se lida com terroristas”, proclamam os arautos da necessidade e da eficácia da tortura.

Dar crédito a esse tipo de justificativa é uma forma de cumplicidade. Tortura e estupro são crimes cujo alcance transcende as vítimas. Atentam contra a essência mesma de nossa humanidade, levam à falência todo um processo civilizatório que aboliu a lei do mais forte.

Pela ferida que abrem no psiquismo individual e coletivo requerem uma tomada de posição radical da sociedade a favor da vítima, jamais do agressor. Sob pena de abrir uma fenda em si mesma, por onde passam os argumentos que vão corroer a democracia e acobertar barbáries.

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