Ele já tinha falado isso antes.
Artigo do Senador:
17/08/2008
Diário do Amazonas - NEGOCISTAS CONTRA O EMPREGO
Arthur Virgílio Neto
Mais um escândalo para o rol interminável de delinqüências do governo Eduardo Braga: a Dafra Motos, chinesa, meramente maquiadora, está no Amazonas para concorrer deslealmente com a Moto Honda e demais empresas do fortíssimo pólo de duas rodas da Zona Franca de Manaus. Provocará desemprego, porque não vem para agregar valor econômico, tecnológico, industrial. Ensejará retorno a tempos ingratos, que expunham o PIM a críticas demolidoras da imprensa do Centro-Sul. Representará recuo nos investimentos saudáveis de quem produz de verdade, pelas dificuldades crescentes de competição com que apenas monta, com quem somente retira partes e peças dos caixotes para fingir produção e trabalho.
Estabeleceu-se na entrada do bairro de Santa Etelvina e exibe dezenas de milhões de reais investidos entre terreno e estoque. Em contraposição a isso, o contrato social de constituição da empresa Dafra da Amazônia Indústria e Comercio de Motocicletas Ltda. registra capital de apenas R$1 milhão divididos em um milhão de cotas, no valor nominal de R$1 cada uma, com 50% pertencentes a CGD Automóveis S/A e a outra metade a Liberdade Participações Societária Ltda.
A CGD apresenta como sócio-diretores o senhor Claudio Dahruj, residente e domiciliado em Campinas (SP) e a senhora Márcia Dahruj, estabelecida na capital paulista. A Liberdade Participações se faz representar pelos srs. Paulo Sérgio Moreira Franco e João Paulo Moreira Franco, ambos também residentes e domiciliados na cidade de São Paulo.
Um alto parente do governador me afirmou que os Dahruj representariam a parte chinesa, enquanto os Moreira Franco ficariam as vezes do verdadeiro dono brasileiro, a saber, o sr. Eduardo Braga, que já não é unanimidade sequer em seu próprio clã. O alto parente foi taxativo: “veja como a liberdade participações é a cara do Eduardo. É o mesmo método usado na sua holding Parintins Participações. Quase uma marca registrada”.
Parece ter razão esse Braga informante da Coluna. Afinal, no ápice da desfaçatez, a Parintins Veículos será a distribuidora das motocicletas ‘produzidas’ pela Dafra da Amazônia. Na mesma sede onde Eduardo Braga, longe ainda do governo estadual, vendia veículos da marca Renault, amargando dificuldades próprias de comerciantes que não têm nas mãos a gazua mágica arrombadoras de cofres públicos.
Cobro do Secretário de Planejamento do Estado dr. Denis Benchimol Minev que publique quadro comparativo dos incentivos concedidos à Moto Honda e à Dafra. A sociedade amazonense precisa conhecer esses dados com precisão e transparência, pois o quadro que se desenha e de extrema gravidade.
Importando partes e peças da China e meramente fazendo maquiagem em Manaus, a Dafra desempregará a média de mais de 1 trabalhador por motocicleta, exatamente o oposto do que opera a Honda, que optou por adensar sua cadeia produtiva, importando hoje apenas 5% do exterior para construir seu modelo mais vendido, que é o CG 150, composto por mais de 60% de componentes produzidos em Manaus e cerca de 35% no sudeste brasileiro.
Observem bem os leitores: 95% de nacionalização por parte da Honda, com 60% produzidos em Manaus, em oposição à importação de praticamente 100% da China pela Dafra, desempregando no Amazonas e no Brasil e significando estagnação tecnológica para nossa Indústria de duas rodas.
As projeções de mercado indicam que Manaus produzirá 2 milhões de motos, em 2008, 1.6 milhão dos quais sob os métodos da Honda. Os aventureiros da Dafra já lançarão às vendas algo em torno de 100 mil unidades, praticamente a segunda colocação do setor. Para 2009, espera-se incremento de 15% e, portanto, mais produtos maquiados prosseguirão gerando desempregos e ameaçando investimentos responsáveis e de boa produtividade
É preciso mudar as regras do Processo Produtivo Básico (PPB) que, atualmente, regem a fabricação de motocicletas no Pólo Industrial de Manaus. Os parâmetros devem ser exigentes quanto à nacionalização dos componentes, seguindo o padrão da gigantesca empresa japonesa que acreditou no Amazonas e não deve ser desestimulada pela ação de negociatas públicos e espertalhões privados.
Carlos Braga Filho
Tentam intrigar-me com o irmão do soba. Não sou de engravidar pelos ouvidos. Mas disseram-me – pessoas de muita proximidade do governador e sua família – que Braga Filho estaria promovendo “investigação” a meu respeito e que, aliás, teria encontrado referência à defesa que fiz, na CPI da Exploração Sexual Infantil, do vice-governador Omar Aziz. Defesa que fiz com convicção e da qual não me arrependo, diga-se de passagem, enquanto Braga e outros “amigos” de Omar se escondiam atrás de suas notórias pusilanimidades.
Disseram-me, também, que Braga Filho teria interesse direto na Dafra e na venda de remédios para o Estado, contrariando as regras mais comezinhas da moralidade pública. Disseram-me, que sua filha, dra. Martha Braga seria, de fato, a Secretária de Infra-Estrutura do Amazonas, com todas as conseqüências daí advindas, num governo do padrão desse que aí está.
Repito: não engravido pela audição e, assim, não creio em nenhuma dessas informações. Pelo menos neste momento.
Ódio
Um secretário de Estado assegurou-me que o governador amigo da Dafra ‘baba’ toda vez que menciona meu nome. Olhando suas fotos, vejo-o aparentemente mal dos hormônios. Para que ele não me odeie mais, devo fazer o quê? Não lhe denunciar as falcatruas? Não posso! Mesmo que sua baba vire mar e inunde o deserto do Saara.
Prefiro rezar por ele e enviar-lhe algumas caixas de lenço de presente.